CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014
27/fev/2014
Não faz muito tempo, a rede Globo de televisão fez e
transmitiu uma novela, “Salve Jorge”,
onde destacava uma realidade brasileira nem sempre explícita:
o tráfico de brasileiros para prostituição em outros países.
A Campanha da Fraternidade é uma atividade pastoral da
Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil,
que se desenvolve anualmente durante a quaresma;
neste ano de 2014, de 05 de março a 13 de abril.
É uma atividade acolhida por todas as dioceses brasileiras.
Iniciada em 1964,
a Campanha da Fraternidade tem 51 anos de existência,
voltada para a sociedade,
no desejo de conscientizar as pessoas e transformar a realidade,
à luz da fé,
colocando em foco uma questão ou desafio de
grandes proporções para o País e para a Igreja.
No ano de 2014,
a Campanha da Fraternidade tem como tema
“Fraternidade e tráfico humano”,
e como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
É um clamor para que as pessoas se conscientizem
sobre a realidade do tráfico de pessoas,
no Brasil, para trabalho e ou prostituição,
e para o tráfico de órgãos humanos.
Esta conscientização deverá gerar uma mudança na
sociedade brasileira,
respeito à pessoa e promoção de sua indignidade.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade-2014 é
“Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e
denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana,
mobilizando cristãos e a sociedade brasileira
para erradicar esse mal,
com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.”
São objetivos específicos da Campanha da Fraternidade-2014:
“Identificar as causas e modalidades do tráfico humano
e os rostos que sofrem com essa exploração;
denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano;
reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para
a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano
na vida familiar e social;
promover ações de prevenção e de resgate da cidadania
das pessoas em situação de tráfico;
suscitar, à luz da Palavra de Deus,
a conversão que conduza ao empenho transformador
dessa realidade aviltante da pessoa humana;
celebrar o mistério da morte e ressurreição de
Jesus Cristo,
sensibilizando para a solidariedade e o
cuidado às vítimas deste mal.”
O católico não pode ficar indiferente diante do
drama doloroso do tráfico humano.
O Papa Francisco disse:
“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos,
torna-nos insensíveis aos gritos dos outros;
faz-nos viver como se fôssemos bolhas de sabão:
são bonitas, mas não são nada,
são pura ilusão do fútil, do provisório.
Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros;
antes, leva à globalização da indiferença.
Neste mundo da globalização,
caímos na globalização da indiferença.
Habituamo-nos ao sofrimento do outro;
não nos diz respeito,
não nos interessa,
não é responsabilidade nossa”
( Lampedusa, Itália, 08 de julho de 2013).
Rezemos com a Campanha da Fraternidade-2014:
“Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e
vos compadeceis dos oprimidos e escravizados.
Fazei que experimentem a libertação da cruz e a
ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor. Amém!”
+ Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto/SP
Fonte:
http://www.diocesedefoz.org.br/home/?artigo=campanha-da-fraternidade-2014
SIGNIFICADO DO CARTAZ
1- O cartaz da Campanha da Fraternidade quer
refletir a crueldade do tráfico humano.
As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a
situação de dominação e exploração
dos irmãos e irmãs traficados
e o seu sentimento de impotência perante os traficantes.
A mão que sustenta as correntes
representa a força coercitiva do tráfico,
que explora vítimas que estão distantes de sua terra,
de sua família e de sua gente.
2- Essa situação rompe com o projeto de vida na
liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano,
criado à imagem e semelhança de Deus.
A sombra, na parte superior do cartaz,
expressa as violações do tráfico humano,
que ferem a fraternidade e a solidariedade,
que empobrecem e desumanizam a sociedade.
3- As correntes rompidas e envoltas em luz
revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime
e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano.
Essa esperança se nutre da entrega total de
Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte
e conceder a liberdade a todos.
“É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1),
especialmente os que sofrem com injustiças,
como as presentes nas modalidades do tráfico humano,
representadas pelas mãos na parte inferior.
4- A maioria das pessoas traficadas é pobre ou
está em situação de grande vulnerabilidade.
As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição,
que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna.
Uma vez nas mãos dos traficantes,
mulheres, homens e crianças, adolescentes e
jovens são explorados em atividades
contra a própria vontade e por meios violentos.
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